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Rubens Borba de Moraes – Resumo Biográfico

abr 2, 2021

Olá Biblios Fora da Caixa! Tudo bem com vocês?

Hoje nós iremos apresentar um dos personagens mais icônicos da biblioteconomia brasileira, Rubens Borba de Moraes que nasceu em 1899, na cidade de Araraquara, interior de  São Paulo e faleceu em 1986 na cidade de Bragança Paulista (SP). (CREVILARI, 2018)

Ele estudou na Faculdade de Letras de Genebra, na Suíça e se formou em 1919, ele era Bibliógrafo, bibliotecário, editor e bibliófilo

Ainda criança foi estudar na europa e segundo a autora Suelena Bandeira em sua obra “O mestre dos livros: Rubens Borba de Moraes” de  2007.

Rubens Borba de Moraes matriculou-se em 1909 no Collège Saint Stanislas, nessa época, o pai havia solicitado ao diretor que, ao contrário dos demais colegas, lhe fosse facultada a concessão de um banho de corpo inteiro pelo menos de dois em dois dias. O diretor entendeu como se ele tivesse alguma lesão na pele e negou-lhe a matrícula. Desfeito o mal-entendido e explicado o costume brasileiro, o hábito tornou-se um pesadelo. No meio do horário de estudos vinham chamá-lo para o banho, o que era recebido com grandes galhofas e brincadeiras pelos colegas. As piadas e chacotas eram tantas que o pai, a seu pedido, concordou com a suspensão da „regalia‟ e ele, como todos, passou a tomar um banho por semana e a lavar-se diariamente com uma esponja. (BANDEIRA, 2007, p.6).

Ao término do curso em Paris, seguiu para o Collège de Genève, na Suíça, para fazer o curso secundário.. Estudava-se das 8 horas da manhã às 5 da tarde. Latim, gramática, literatura, com leituras e análises críticas; história, língua e literatura francesa; matemática, física, química e história natural. (BANDEIRA, 2007, p. 6).

Em sua estadia na Europa, Rubens Borba de Moraes adquiriu o hábito de frequentar bibliotecas, mas quando voltou ao Brasil, ficou em choque, porque São Paulo praticamente não tinha bibliotecas, o que fez ele se auto denominar bibliotecário. (ARAÚJO, 2017)

Quando ele obteve conhecimento sobre as bibliotecas americanas, pensou: “Quando realizarei o sonho de ter coisa semelhante em São Paulo!” E falou: “Mais que nunca estou decidido a lutar, a matar gente se for preciso, mas hei de fazer em São Paulo uma biblioteca de verdade!” Primeiro passo: dar autonomia à biblioteca. Enquanto nossas bibliotecas forem repartições públicas não teremos bibliotecas. Só peço a Deus que me dê um prefeito amigo (no Brasil tudo se faz por camaradagem) para eu poder emancipar a biblioteca. O resto é fácil. Eu acredito no meu entusiasmo, na minha capacidade realizadora..Eu morro na luta, mas São Paulo há de ter biblioteca!” (MORAES, 2011, p. 262).

Ele não possuía uma formação em biblioteconomia, mas especializou-se em organização e administração de bibliotecas com auxílio da American Library Association. E fundou o Curso de Biblioteconomia da Escola de Sociologia  e Política de São Paulo. Ele também trabalhou na Biblioteca Nacional,  na biblioteca das  Organização das Nações Unidas e como professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília.

Uma outra curiosidade sobre ele é que ao voltar para o Brasil, em  1920,  ligou-se ao  movimento modernista de  São  Paulo.  Participando  da Semana  de Arte Moderna,  ao lado de  Mário de Andrade,  Oswald de Andrade, entre outras personagens. E para quem não sabe, ele nutria uma amizade com Mário de Andrade por meio da literatura. Enquanto Borba apresentava a Mário os escritores franceses, Mário apresentou a Borba autores brasileiros. (BANDEIRA, 2018).

Embora Rubens seja um modernista nato, ele não participou das festividades da Semana de Arte Moderna de 22 por problemas de saúde. Na véspera, foi acometido de uma febre tifóide que o levou a ficar afastado da vida social por um período de quase dois meses. (BANDEIRA, 2018).

Além disso, ele se envolveu com umas tretas da revolução de 1930 com Luis Carlos Prestes, mas desistiu depois, proferindo a seguinte frase: “Nessa época estava interessado mais em amor do que em política”.

Ufa! Depois de resumir a vida desse icônico personagem que viveu 87 anos, percebemos que não foi pouca coisa!

E se você quer saber mais da história dele, recomendo que leiam o livro: “O mestre dos livros: Rubens Borba de Moraes”

Rubens Borba de Moraes, em 1922, durante a Semana de Arte Moderna – Foto: Wikimedia Commons

Fontes:

ARAÚJO, Adelma Ferreira de. Rubens Borba de Moraes e José Mindlin: a bibliofilia como patrimônio informacional. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Artes e Comunicação. Ciência da Informação, Recife: UFPE, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25239/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Adelma%20Ferreira%20de%20Ara%c3%bajo.pdf/. Acesso em 10 jan. 2021.

BANDEIRA, Suelena Pinto. O mestre dos livros. 2018. Disponível em: http://crb1.org.br/mrb/featutrd//. Acesso em 10 jan. 2021.

BANDEIRA, Suelena Pinto. O bibliotecário modernista. 2018. Disponível em:  http://crb1.org.br/mrb/depoimentos/. Acesso em 10 jan. 2021.

BANDEIRA, Suelena Pinto. O mestre dos livros: Rubens Borba de Moraes. Brasília: Briquet de Lemos, 2007. 129 p. 

CUNHA, Murilo Bastos da. A atualidade de Rubens Borba de Moraes. 2009. Disponível em: https://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=427/. Acesso em 10 jan. 2021.

CREVILARI, Vinicius. Biblioteca Brasiliana lança livro sobre Rubens Borba de Moraes. São Paulo: USP, 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/cultura/biblioteca-brasiliana-lanca-livro-sobre-rubens-borba-de-moraes/. Acesso em 10 jan. 2021.

MORAES, Rubens Borba de. Testemunha ocular: (recordações). Brasília: Briquet de Lemos, 2011. 308 p.

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