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A história de Charles Ammi Cutter e sua contribuição na biblioteconomia”

fev 19, 2023

Charles Ammi Cutter (1837-1903) foi um bibliotecário americano que desempenhou um papel fundamental na história da biblioteconomia, ajudando a moldar o que conhecemos hoje como organização e classificação de bibliotecas. Cutter nasceu em Boston, Massachusetts, e estudou na Universidade Harvard.

Em 1856, Cutter começou a trabalhar na Biblioteca Pública de Boston, onde iniciou sua carreira como bibliotecário assistente. Em 1868, ele se tornou o bibliotecário-chefe, cargo que ocupou por 36 anos. Durante seu mandato na Biblioteca de Boston, Cutter dedicou-se a melhorar a organização e o acesso aos acervos, criando novas técnicas e sistemas para classificar e catalogar os livros.

 

Em 1876, Cutter criou o primeiro código de catalogação de livros baseado na filosofia da “entrada direta”, na qual os títulos dos livros eram listados em ordem alfabética pelo sobrenome do autor. Esse código, chamado de “Código de Cutter”, tornou-se amplamente utilizado por bibliotecas em todo o mundo e ainda é uma das principais ferramentas de catalogação usadas atualmente.

O código Cutter é usado para ajudar a lidar com autores com sobrenomes idênticos ou semelhantes, e permite que os bibliotecários organizem e localizem facilmente obras de autores específicos. Para criar o código Cutter, Cutter dividiu o alfabeto em 26 seções, cada uma correspondente a uma letra. Cada seção foi então dividida em 10 partes iguais, criando um total de 260 combinações possíveis. As letras do sobrenome do autor são então combinadas com uma das 260 combinações para criar um código Cutter de três dígitos.

Por exemplo, se o sobrenome do autor for “Smith”, ele seria designado com a combinação “Smi”. Se houver mais de um autor com o sobrenome “Smith”, os códigos Cutter podem ser estendidos ainda mais para garantir a ordem correta. Por exemplo, o autor “John Smith” pode ser designado como “Smi J64”, enquanto o autor “Jane Smith” pode ser designado como “Smi J25”.

O uso do código Cutter foi difundido e estabelecido como um padrão em bibliotecas nos Estados Unidos e em outros lugares ao longo dos anos. Embora seu uso tenha diminuído com a introdução de sistemas de gerenciamento de bibliotecas mais avançados, muitas bibliotecas ainda usam o código Cutter em conjunto com outros sistemas de classificação, como o sistema de classificação de Cutter ou a Classificação Decimal de Dewey.

Cutter também desenvolveu um sistema de classificação de biblioteca que se tornou conhecido como “Sistema de Cutter”. Esse sistema classificava os livros em dezassete categorias principais, com subdivisões adicionais para assuntos mais específicos. O sistema de classificação de Cutter foi usado por muitas bibliotecas americanas por mais de um século, até ser gradualmente substituído por sistemas mais modernos.

 

Sistema de Classificação de Cutter

O sistema de classificação de Cutter, também conhecido como “Sistema Expansivo de Classificação”, é um dos sistemas de classificação bibliográfica mais antigos e amplamente utilizados na história da biblioteconomia.  O sistema de classificação de Cutter é baseado em um arranjo decimal numérico que organiza os materiais de acordo com seu assunto e autor. Cutter dividiu os assuntos em dezassete categorias principais, que vão desde “Filosofia” até “Belas-Artes”. Cada uma dessas categorias é designada por uma letra do alfabeto. Em seguida, o sistema atribui um número para cada subcategoria, que pode ser expandido ainda mais, se necessário, para incluir subcategorias mais específicas.

 

Por exemplo, um livro sobre história da arte pode ser classificado na categoria “Belas-Artes” com a letra N. Se o livro for sobre arte renascentista, ele seria designado com o número 72, que é a subcategoria para a arte renascentista dentro da categoria de Belas-Artes. Se o livro se concentrar na arte renascentista na Itália, ele seria designado como N72i.

 

O sistema de classificação de Cutter é altamente flexível e permite que bibliotecários e usuários classifiquem uma ampla gama de materiais. Além disso, é fácil de aprender e usar, permitindo que bibliotecários e usuários pesquisem e localizem rapidamente materiais relevantes.

Embora o sistema de classificação de Cutter tenha sido desenvolvido no final do século XIX, ainda é utilizado por algumas bibliotecas, especialmente em universidades e centros de pesquisa. No entanto, muitas bibliotecas modernas utilizam sistemas mais avançados, como a Classificação Decimal de Dewey ou a Classificação Bibliográfica Decimal Universal.

Em resumo, o sistema de classificação de Cutter é um dos sistemas de classificação bibliográfica mais antigos e amplamente utilizados. Ele foi desenvolvido pelo bibliotecário americano Charles Ammi Cutter, que criou um sistema numérico flexível para classificar materiais de acordo com o assunto e o autor. Embora ainda seja usado por algumas bibliotecas, muitas instituições modernas preferem sistemas de classificação mais avançados.

 

Além de seus trabalhos em catalogação e classificação, Cutter também foi um defensor do livre acesso aos acervos das bibliotecas, estabelecendo a política da Biblioteca de Boston de permitir que qualquer pessoa pudesse usar os livros da biblioteca, independentemente de sua posição social ou educacional.

Em resumo, Charles Ammi Cutter foi um bibliotecário americano importante que teve um papel fundamental na história da biblioteconomia. Sua criação do “Código de Cutter” e do “Sistema de Cutter” para classificar e catalogar livros ainda é usada por bibliotecas em todo o mundo, tornando-se uma referência no campo da biblioteconomia. Cutter também defendeu o livre acesso aos acervos, permitindo que qualquer pessoa tivesse acesso aos recursos das bibliotecas.

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